Quem são os Spitz Alemão/ Pomerânias?
Histórico:
Cães "tipo Spitz" é o nome dado a um grupo de cães que
descendem e carregam semelhanças entre sí, e em sua estrutura e comportamento
também, tendo ascendentes "Cães da Idade da Pedra", usados desde os
primórdios para funções devido seu temperamento, coragem, instinto,
rusticidade, inteligência e a facilidade que desenvolveram em resolver
problemas os tornam muito articulados. Os Spitz Alemães são os cães mais
antigos da Europa Central, tendo acompanhado a trajetória dos Vikings pela
Europa. Historiadores suíços e os alemães consideram o Spitz Alemão a raça de cão
mais antiga da Europa Central e creem que ela contribuiu na formação de muitas
outras raças. Esta teoria é comprovada por descobertas em sítios arqueológicos
na Suíça e em toda a Alemanha.
Os Spitz Alemães os Keeshonds e os Pomerânias dividem a mesma ascendência.
Se traçarmos uma linha genética e irmos a fundo nas árvores genealógicas,
chegaremos à um denominador comum (O Spitz Alemão de tamanho Médio e Grande).
Algumas ossadas encontradas em sítios arqueológicos datadas, coincidem
com ossadas na mesma idade que as dos Vikings, povos que habitavam e migravam
naquela região, pinturas, gravuras, bordados funerários e estatuetas, expressam
cães com muita semelhança aos exemplares médios e grandes.
Os crânios encontrados destes cães
apresentam o mesmo formato de crânio dos cães atuais, tal como em suas
gravuras, a traseira e a cauda deitada sobre o dorso era uma característica
marcante naqueles exemplares que prevalece nos cães atuais. Seguindo este
conceito podemos então supor que a raça tenha se originado a partir desta
variedade e considerar então que todo pilar que deu origem a tantas variedades
de tamanho e cores sejam a variedade média, tendo passado então pela total
domesticação e assim sofrendo interferências de seleção.
Podemos entender que partindo do ponto onde os cães naquela época
serviam ao homem com mais ênfase que nos dias atuais na rotina de trabalho,
cães de porte maior eram selecionados e utilizados para exercer funções
especificas, fazendeiros passaram a
selecionar os maiores para guarda e outras funções aptas a eles, então
esbarramos aqui na formação da variedade grande, tendenciosamente a seleção por
muitas vezes incluía a cor, desde essa época e os menores por vezes acabavam sendo
destinados a outras utilidades.
Uma grande curiosidade que formou essa variedade literalmente foi além
de seu temperamento, a cor deles contavam muito, e isso fez com que cães de cor
Preto e os e cor Marrom permanecessem nas fazendas trabalhando a noite para
guardar as plantações de uvas muito típicas daquela região, e os cães de
coloração brancas por serem desejadas pela nobreza eram destinados a viver na
alta sociedade daquela época, e isso contribuiu com que a variedade branca não
sofresse escassez populacional. Os hábitos mudaram e os cães da variedade preto
e marrom já não eram tão utilizados como
cães de guarda e até a Primeira Guerra Mundial, época onde muitos alemães
migraram para o Norte dos Estados Unidos, essa migração ocorreu por muitas
famílias nobres que carregaram seus cães
brancos, porém novamente por motivos políticos não soava bem os desertores
terem um cão que carregava o nome de seu país de origem, então passaram a chamar
de Esquimó Americano, e os próprios alemães imigrantes aceitaram essa modificação
sem o menor problema.
Porém a variedade Preto e Marrom em 2003 entrou para a lista de raças
mais ameaçadas de extinção pelos próprios alemães, e isso possibilitou mudanças
em seu padrão e regras adotadas pela FCI para a reconstrução desta variedade. (Ler regras na sessão
desta variedade neste site)
Os Keeshonds por sua vez, passou a ser bastante popular na região da
Holanda, o processo de seleção deste cão naquela região fez dele um cão muito
característico imprimindo suas particularidades até hoje, ganhando um destaque
importante por ter sido um cão de um revolucionário aclamado naquela região,
isso tornou essa variedade querida e estimada por aquele povo.
Por holandeses entenderem que sua formação e seleção foi feita por eles requereram
a posse da raça em 1997, e graças ao Departamento Alemão o processo foi negado
mantendo esses cães dentro do seu grupo de origem os (Spitz Alemão).
A revolução, industrial e a maneira ao qual o homem vem passando por
transformações na vida do “mundo moderno” por muitas vezes migrando para
grandes centros e cada vez morando em locais com menos espaços, causa impacto
também em determinadas raças e variedades de tamanho, cães de porte médio
embora sejam uma peça importante na formação desta raça vem sendo colocada de
lado por inúmeros criadores e interessados, a formação de variedades menores e
características peculiares das maiores faz essa variedade média entrar em
desuso deixando sem tanta notoriedade e interesse.
Os Spitz Alemão Anão que hoje possuem seu menor tamanho de 18cm a 24cm e
são reconhecidos em sua nomeclatura como Spitz Anão ou Pomerânia antes de seu
batismo final eram chamados por vários outros nomes, Fox Dog, Lulu, Pommer,
Wolfsspitz German Spitz, Volpino e Spitz Dog.
Curiosidade sobre nomeclatura: A Alemanha não aceitou que a menor
variedade fosse chamada de Pomerânia até 1974. Todos os 5 tamanhos eram
genericamente chamados de Spitz Alemão, como ainda prevalece em seu padrão de
origem, porém com aceitação a usar esse termo na sua menor variedade.
A palavra Spitz do Alemão significa: Afunilado ou em forma de funil ou
cunha "nome dado ao formato de crânio que estes cães possuem (cabeças do
tipo cuneiformes)
A palavra Pomerânia Significa: Pommore ou Pommern significa "No
Mar". Local onde eram encontrados muitos exemplares já miniaturizados.
Diversas raças existentes no mundo
herdam em seus antepassados o próprio Spitz Alemão em sua construção, como
diversos cães pastores, Spitz Orientais e os Pomerânias.
Sua primeira aparição na literatura alemã foi em 1450, que mencionava os
cães das variedades médias à grandes. Esses cães tinham entre sí semelhanças
de cores, na sua grande maioria eram de coloração clara, (cremes e bicolores), havia
também os de coloração sólida, pretos, branco, marrom, poucos encontrados os de
cor laranjas.
Com seu tamanho maior eram usados como
cães de tração, e seu temperamento fiél, tornavam estes animais excelentes cães
de guarda em fazendas e propriedades, desprovidos de agressividade e ataque, mas
muito desejado por usarem sua coragem e sonoridade como alarme, poucos e raros
eram os casos em partirem para o ataque. (Temperamento típico buscado em cães
usados em pastoreio).
Primeiro Registro Genealógico:
O Kennel Club inglês o primeiro orgão existente na época que catalogava
e registrava em livro de origem as raças já existentes e ainda as em formação,
reconheceu a raça Spitz Alemão no ano de 1873. Os Spitz foram uma das primeiras
raças a entrarem para o livro de origem inglês.
Talvez além de sua beleza que de fato e
fácil de ser admirar, ele foi notado exclusivamente por seu temperamento.
Relatos comprovam que com a chegada da Rainha Charlote na Inglaterra
vieram com ela exemplares de Spitz, supostamente médios ou pequenos, porém não há relatos que a raça tenha se
expandido nesta época.
Após manter um luto extremo com a morte de seu esposo e manter-se
afastada de aparições em público a Rainha Vitória, época conhecida como a
"Era Vitoriana" (na segunda metade de seu reinado) voltou a ter
popularidade.
Em 1888, foram enviados de Florença (Itália) à Inglaterra alguns
exemplares que deu início a sua criação, apresentando nas exposições da Grã-Bretanha,
em nome da rainha um cão de nome "Marco" que ganhou muitos prêmios,
logo também apresentou uma de suas três fêmeas de nome "Gina" que
também obtivera muito êxido nas competições, todos trazidos da Itália, há
relatos que nesta época a rainha já selecionava nos acasalamentos os cães
menores. Tornando muito popular na Inglaterra." Terá sido este o motivo da
melhora de humor da Rainha? rsrsrs" Este fato nunca iremos saber, mas o
que se pode constatar e que tornou um caminho mais curto para a diminuição
destes exemplares.
Muitos foram as celebridades que
conviveram com os Spitz, tais como Rainha Charlote, Maria Antonieta, Emile
Zola, Mozart, tiveram estes apenas como cães de companhia!
O mais relevante é que no mesmo ano em que a Rainha deu início a sua
criação, um Spitz Alemão Anão foi registrado pela primeira vez no livro de
genealogia do American Kennel Club-AKC, pois antes desta data eram apenas
reconhecidas suas variedades maiores em seu país de origem e na Inglaterra.
O Spitz nas América
O Pomerânia passou a ser criado e selecionado nos Estados Unidos e no
Reino Unido, um cão com semelhanças muito próximas dos Spitz Alemão europeu mas
que adiante foi ganhando características bem peculiares. Em 1888 o primeiro cão
de nome Dick teria sido registrado no livro genealógico do American Kennel Club
- AKC (Nova York), e em 1892 o primeiro cão desta raça participaria pela
primeira vez de uma exposição nos Estados Unidos, ele entraria na "classe
diversos" pois ainda não existia seu padrão oficial americano. Porém não
podemos esquecer que ambas as origens é a Alemanha, país que detém a posse de
origem da raça.
Diante de tal popularidade estes cães
chegavam nas Américas e sendo reconhecido pelo AKC, em 1900 o American
Pomeranian Club foi criado e passou a ser o departamento conservador da raça e
assim foi criado o padrão americano, período de 1900 até os dias de hoje. Em
1909 o American Pomeranian Club foi reconhecido como clube oficial do American
Kennel Club, e em 1910 realizou sua primeira exposição com 138 exemplares
participando, criadores mencionavam e pretendiam sequenciar a criação desta raça
em seu menor tamanho e os americanos e ingleses se empenharam, seguindo até os
dias atuais, outras cores surgiram, chegando hoje no que temos e chamamos de
POMERÂNIAS.
O AKC (AMERICAN KENNEL CLUB) Classifica
a raça apenas exclusivamente como um cão de companhia, contrário da FCI que o
classifica como um cão tipo Spitz (do grupo Spitz), fato este que mantem a raça
entre o Grupo de primitivos e Nórdicos devido apenas a sua origem e pelagem
dupla.
Outra curiosidade é que no incidente com o Titanic, entre os poucos
animais salvos, dois Spitz Anões fizeram parte da lista de animais
resgatados...
Uma outra é que nos Estados Unidos um cão de nome Boo que sofrera de
alguns problemas de saúde teve sua pelagem cortada por motivos clínicos e sua
proprietária utilizando da “nova era digital” passou a fotografar o dia a dia
deste cão, tornado um dos cães mais famosos em seu país e no mundo, Boo passou
a realizar trabalhos como cão propaganda de inúmeras grifes, tendo também a sua
própria, todo esse processo infelizmente causou na raça uma notoriedade
negativa para ela em questões de estética, pois estudos comprovam que os
exemplares dessa raça não devem ser tosados, em contra partida nem tudo
caminhou para o lado negativo, de lá pra cá certamente a popularidade desta
variedade tomou proporções inimagináveis fazendo dele uma das raças mais
registradas e queridas no mundo.
Em 2013 o padrão da raça sofreu alteração feita pelo próprio clube, excluindo
a cor “Merle” não sendo estimulada a criação destes cães pelo sistema FCI,
Em 2019 tivemos alterações no quesito tamanho, dando maior amplitude aos centímetros aceitos anteriormente (ver tamanho ideal na sessão padrão neste site)
Diferenças Atuais:
Estrutura e aparência
(Fenótipo):
Há hoje uma grande diferença de
aparência entre as variedades, os Kesshound modernos desenvolveram pelagem
fartas e exuberantes e fixaram sua cor padrão; Os grandes tiveram no processo
de seleção suas cores fixadas em 3 variedades de cores, a pelagem desta
variedade embora pouco mais volumosa se mantem ainda com a aparência dos cães
mais antigos; Os médios pouco conhecidos podemos encontrar em alguns exemplares
aumento de pelagem mas mantendo ainda sua conformação típica dos primeiros
exemplares e possuem uma quantidade de cores mais extensa; Os Spitz pequenos
teve um aumento significativo de pelagem e já apresenta bastante aspecto de
cães mais modernos mas ainda mantendo características de conformidade de seus
antepassados e apresentam uma quantidade de cores ainda maior, mas nem todas
são desejadas; Já os Pomerânias podemos
considerar que é a versão mais moderna que comprova o potencial que podemos
atingir através do processo de seleção, apresentam aparência moderna e mais
glamurosa pela exuberância que estes exemplares conseguiram atingir, apresentam
uma variação de cores extensa porém nem todas devem ser estimuladas na criação
e é o único Spitz que tem sua cauda reta sobre o dorso (sendo aceito apenas
uma curva) mas não desejável, é o menor entre todos os tamanhos, além de linhas
e aparência mais delicadas e rechonchudas, dando a ele um ar ainda que de
"raposa" mais delicadeza em sua aparência geral.
A variedade Pomerânia e a única variedade que atualmente tem a "proporção
x focinho" diferente das outras variedades, enquanto a proporção das
outras variedades é de 3/4 focinho x crânio, o Spitz Anão tem 2/4, porém, isso
não significa que cães com focinhos encurtados demasiadamente são os desejados
e corretos, essa proporção depende do tamanho da caixa craniana de cada indivíduo
em particular.
Angulações traseiras são mais suaves, tronco mais curto, um raio de 90
graus entre a Escápula e o Úmero, possibilita um pescoço mais longo ser melhor
colocado acima da cernelha, (encaixe de pescoço), orelhas muito menores e menor
comprimento de focinho. Contudo dá uma aparência embora que sutil, nítida no
resultado final da construção deste cão.
O Spitz no Brasil: ...